21 anos, uma lista que você não pediu

mas vai ler, porque hoje é o meu aniversário

As vezes o meu narcisismo me surpreende, tipo agora, enquanto eu decido escrever 21 coisas sobre mim como se isso fosse a coisa mais interessante que você vai ver em toda a sua vida.

1. eu amo livros: você consegue imaginar um lugar favorito no mundo? O meu é em um universo literário. Por viver em uma realidade difícil, tanto emocional quanto financeira, eu descobri nos livros a oportunidade de conhecer o mundo, de experimentar sensações que eu não encontraria em nenhum outro lugar e de fugir da minha própria cabeça, eu aprendi a ler aos 6, há 15, os livros são o meu lar.

2. eu amo/odeio a minha solidão: talvez a coisa mais conflitante em mim seja a contradição entre amar estar sozinha e odiar ser sozinha, eu vivo nesse limbo a tanto tempo que nem sei se consigo viver em um lugar diferente, é uma zona de conforto desconfortável, mas ainda assim, a minha zona, é como saber que não precisa ficar aqui para sempre, mas mesmo assim perceber que talvez não tenha outro lugar que queira estar, então você apenas torce que um dia, alguém bata na porta e pergunte se pode entrar.

3. eu amo cozinhar: não tem o que dizer, é terapêutico.

4. eu odeio pudim: outro dia o meu vizinho bateu na minha porta, muito gentil me oferecendo um pudim, foi impossível dizer não e mais uma vez eu tentei comer, pq eu não me conformo que uma sobremesa tão bonita seja a coisa mais tenebrosa a qual eu já coloquei na minha boca.

5. eu quero saber o que tem depois: eu já levei para terapia, o fato de que quando eu penso sobre a morte, não fico com medo, fico apenas ansiosa com a possibilidade de finalmente saber o que tem depois, e mesmo se não houver nada, finalmente saber, parece reconfortante, acho que eu só odeio que isso seja algo sobre o qual eu não tenho controle algum

6. eu gosto de garotas: disso vocês já sabem, mas eu tenho amado tanto essa parte de mim, que ela precisa está nessa lista.

qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

7. eu aprendi a pilotar moto aos 12: sempre que eu tenho um dia ruim, tudo que eu quero é subir em uma moto(eu não tenho uma) e correr o máximo que eu puder, é como se o que me prende ao chão não fosse capaz de me alcançar, e agora isso me faz pensar que parece que eu sempre estou tentando maneiras de fugir (anotar para a próxima sessão de terapia)

8. cantar é o talento que eu mais gosto, mas o que me deixa mais triste: essa curiosidade eu não consigo explicar muito bem, eu sei cantar, gosto de cantar, mas de alguma forma, sempre me afeta, então, eu não canto com frequência.

9. eu amo novelas: minha personalidade se formou com novelas mexicanas

10. eu amo a literatura russa: eu sempre escrevo textos baseados em clássicos russos, mas sinto que eles ainda não estão prontos para ver a luz do dia.

11. someone to you: minha música favorita de todas, que será trilha desse texto. Eu simplesmente me faço nessa música que pretendo tatuar, porque ela é o tipo de coisa que quero carregar na pele, um lembrete de que não quero apenas desaparecer

12. eu tenho medo do stitch: sério, aquele bicho é sinistro demais.

13. eu sou formada em técnica de enfermagem: embora eu curse relações internacionais, que é um curso bem diferente, enfermagem ganhou meu coração quando eu fiz meu estágio hospitalar. Provavelmente foi uma das melhores experiências da minha vida.

14. eu tenho medo de agulha: eu sei, não existe lógica. Próxima.

15. sou péssima fazendo lista: eu simplesmente fico pensando “meu deus, não tem mais nada”, daí depois vou lembrar de coisas e ficar brava porque não estarão nessa lista.

16. eu tenho um diário com cartas: eu tive um período difícil, no qual eu não estava pronta para terapia, então a minha tia me deu um diário, e lá eu escrevi cartas com coisas que eu queria dizer para algumas pessoas que me magoaram e me feriram, como uma maneira de tentar esclarecer as coisas na minha cabeça, as vezes, eu as leio, esperando que tudo doa um pouco menos (ainda não chegamos lá).

17. ontem fez um ano que eu estou na faculdade: sinceramente, há um ano eu estava apavorada, saber que agora estou comemorando um ano da realização de um sonho é incrível, sinto que eu não valorizo tanto a importância disso, mas é simplesmente insano.

18. eu tenho medo do tempo: antes de começar essa lista, comecei outro tipo de texto, falando sobre como não importa o quanto eu tente fugir, o tempo está logo atrás, eu preciso aprender que ele não é meu inimigo, mas sinto que tenho muita coisa para viver, e duas décadas depois, sinto que ainda não vivi absolutamente nada.

19. eu não gosto de pessoas: eu sou anti social, ao mesmo tempo que tenho uma capacidade enorme de fingir que não sou, então no geral, eu consigo me virar, mas internamente, eu gostaria de morar no meio do nada e não ter que interagir com ninguém.

20. eu gostaria de voltar no tempo: sinto que tinha tanto para ser feito diferente, ao mesmo tempo que penso que talvez haja um motivo específico para tudo, talvez eu precise aprender a olhar para frente e descobrir o que meus olhos são capazes de vislumbrar.

21. Taylor Swift: qualquer pessoa que me conheça, deve ter lido isso se perguntando quando ela ia aparecer, mas nunca questionando “se”, porque é óbvio que ela estaria aqui. Não tem muito o que dizer, ela só parece estar sempre traduzindo a minha alma, e embora julgada por isso, eu sou feliz ouvindo taylor, afinal

It’s supposed to be fun turning 21.

Eu espero que tudo negativo dessa lista, deixe de ser. Espero que tudo que me amedronte, não seja mais forte que a coragem. Espero que daqui 21 anos, a vida seja mais leve, mas se não for, espero ainda está aguentando, como agora.

Eu estou respirando aliviada agora, depois de chorar pelo que acho que deveria e pelo que nem sou capaz de entender, acho que a minha vida recomeça a cada mínima descoberta, e sei que terei muitas para contar aos 22.

Feliz aniversário para a sua aspirante a escritora favorita (eu sei que eu sou)